A dança do ventre, como qualquer outra dança ou atividade física não dá barriga, ao contrário, ela fortalece, e muito, os músculos abdominais. Mas então, de onde vem esse mito? Como praticante desde 1995, professora e pesquisadora com doutorado em Artes Cênicas tenho 3 hipóteses sobre o mito que dança d ventre dá barriga:
Padrão de beleza oriental não valoriza a magreza como nós: As bailarinas do Oriente, sobretudo dos países como Egito e Emirados Árabes possuem corpos grandes, pois o padrão de beleza lá é diferente. Ter algum volume abdominal, quadris largos e ser alta é um padrão de beleza para grande parte dos países árabes. Corpos magros são padrões ocidentais. Assim, as bailarinas do Oriente que foram nossas primeiras referências na dança do ventre possuíam corpos grandes. No entanto há exceções como você pode ver abaixo alguns exemplos:
Randa Kamel é uma bailarina egípcia que revela suas dobrinhas com orgulho. Ela é uma das mais famosas bailarina egípcias da atualidade e, ao vê-la dançar, o que menos chama atenção é seu volume abdominal.
Samia Gamal foi a bailarina egípcia mais famosa da era de ouro do cinema egípcio nos anos 1940, 50 e 1960. Seu corpo era tão perfeito que ela chagava a ter a barriga negativa.
A idade das bailarinas – No Oriente as bailarinas dançam até os 60 anos ou mais, como por exemplo Fifi Abdo e Nagwa Fouad. A beleza das mulheres é ainda mais valorizada após os seus 30 anos. Nessa idade é muito difícil ter uma barriga chapada. No mundo inteiro, a dança do ventre não exige que a prática comece desde cedo como acontece em outras danças como o balé, jazz ou dança contemporânea. Por isso, muitas mulheres começam a praticar já depois dos 30 anos sem nunca terem dançado na vida. Se elas têm ou não um abdômen volumoso isso não é consequência da dança!
A falta de experiência das professoras – Em muitos países, como no Brasil, a falta de informação sobre a dança do ventre e a pouca experiência das praticantes bailarinas que tornaram-se professoras acaba provocando uma má postura que acentua a lordose (curva na região lombar da coluna vertebral ). Na verdade, os movimentos laterais como batidas e o twist são movimentos que trabalham os músculos abdominais oblíquos, afinando a cintura e fortalecendo a região. No entanto, se praticados em uma postura incorreta podem acentuar a curvatura das costas. Já movimentos como o camelo fortalecem o músculo abdominal reto. É comum que as alunas após as primeiras aulas sintam como se tivessem feito muitos abdominais após praticarem o camelo e o twist.
Por isso é muito importante que a professora tenha uma formação adequada, saiba não só dançar, mas principalmente ensinar, e que a aula seja muito bem orientada com exercícios de alongamento da região lombar e posteriores da coxa ao final de cada aula.
Cientes da importância de uma boa formação para valorizar nossa dança e assegurar a saúde e longevidade na dança do ventre de nossas aulas as professoras Harém têm formação acadêmica em dança, seja com graduação ou especialização. Levamos o que fazemos a sério, por isso podemos dizer que não somos uma academia ou estúdio, mas uma escola especializada na dança e cultura árabe. E isso nos levou a representar a dança do ventre na Sociedade Libanesa, onde estamos desde 2004.